Saturday, February 12, 2011

Pedras






Que olho ou vou (remo) vendo.
Segredos não mentiras.
Conservam a memória do frio, a memória do calor.

Porque me será esta apetência e este falar delas e com?
Dos veios, dos tempos, dos pés - dos princípios do mundo me sinto.

Tão nua e marcada como uma delas.

3 comments:

Lizzie said...

Tens toda a razão: as pedras, como as estrelas, são a essência da memória.

E da estabilidade. Não são volúveis e guardam todos os segredos. Só soltam os que a nossa imaginação revela ou aqueles que nós depositamos nelas.
Têm o chamamento da terra como se fossem permanentemente chamadas para o seu centro.
De certa forma são a solidificação dos sonhos.
E talvez sejam o elemento terreste mais digno de confiança.

Tenho várias, de vários sítios.
Muitas roladas pelo mar, cheias de histórias. Lisas e nómadas, vítimas da violência doméstica do mar.

É engraçado que enquanto estive doente e de férias,estive horas seguidas a trabalhar acerca delas, com elas, a utilizá-las como metáforas: ouvia-as e semearam-me.Desafiaram-me.Provocaram-me.
Infelizmente,ou felizmente, agora, tenho falta de tempo para as traduzir sem freios. Como gosto.

E pois, também me sinto nua. Muito para lá do que revelo.

Lindo, este teu.

Beijinhos

Justine said...

São as raízes, a origem,o mistério. São a beleza que os teus olhos nos dá a ver...

M. said...

E são tão lindas mostradas através dos teus olhos!