Tuesday, January 21, 2014

Sendo improvável

...sentir a alegria, o conforto, a ingenuidade,
a profunda identificação com o outro,
assim mesmo tentei reatar os fios.
(um pouco aquelas meadas de lã enredadas de que fizemos 3 novelos)


Certo é que através dos anos, os pais, os amores, os livros, as fugas, ainda se colhem algumas camélias do quintal onde brincámos.

Thursday, January 2, 2014

Reflectir no novo ano 2014

Ainda e sempre, na condição (minha) humana, na dor, no desapontamento, na incógnita.
No que dos outros de (más) ideias ou sentimentos me sinto apunhalada ou simplesmente picada.
Em relação ao bom ar de que pretendo rodear-me: arte, natureza, partilha das coisas, estética, bondade, ternura, gentileza. Isso que me é intrínseco e, parece-me pela realidade, não consigo transmitir.


Ian McEwan no livro “Sábado”

Houve em tempos em que se pensava comodamente que, para nosso benefício, estávamos rodeados de autómatos comestíveis em terra e no mar. Afinal, sabe-se agora que até os peixes sentem a dor. É esta complicação cada vez maior da condição moderna, o círculo em expansão da compaixão moral. Não somos apenas irmãos e irmãs de povos distantes, mas também das raposas e dos ratos de laboratório, e agora até dos peixes. Perowne (Henry) continua a pescá-los e a comê-los e, embora não fosse capaz de meter uma lagosta viva em água a ferver, não tem qualquer problema em pedir uma no restaurante. Como sempre, o segredo, a chave do sucesso e do domínio humano é ser selectivo nas compaixões. Por muitas coisas muito esclarecidas que se digam, é o que está mais à mão, o visível, que exerce a força que tudo domina. E aquilo que não se vê... É por isso que na amável Marylebone o mundo parece tão profundamente em paz.”
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