Friday, July 16, 2021

De prisões

Da cabeça pensante e de outras, as físicas,

se fazem os dias de clausura. E as noites de pesadelos antigos. Sempre os mesmos lugares e gente conhecida. Como é possível, depois de anos de tantos dias e acontecimentos, o meu cérebro a dormir inventar outros?

Lembro-me do emaranhado dos pinhais e bosques rasteiros, quando se atravessava para o mar de Cortegaça: esse era verde e no fim da travessia acocorados, havia as dunas e o azul. 

Observei-as ontem, com a minha incompreensão antiga, do que era futuro no passado: tantos milhares de janelas "a ver o mar"!

 


Friday, July 2, 2021

Pedras (mais) e Palavras

... Perdidas. E assim faria um "PPP" de tons, sons diferentes. Porque ouço às vezes "L'Amitié" de Françoise Hardy, 1965, e tenho a maior parte da letra e música na velha lembrança:

"Beaucoup de mes amis sont venus des nuages

Avec soleil et pluie comme simples bagages

Ils ont fait la saison des amitiés sincères

La plus belle saison des quatre de la Terre

Ils ont cette douceur des plus beaux paysages

Et la fidelité des oiseaux de passage..."

Foram residentes dos dias. Agora, ou há muito, são aves migratórias do pensamento. 

MA. morreu há mais de um ano, AS. há mais de 20. 

L., a minha longa amiga companheira de dádivas, que sorria com a cara e os olhos, deixou-nos no início do ano 2000. O trio das belas palavras e livros sumiu-se. Outros de que não sei o rumo.

FM. vive longe e vidas (tão)diferentes. FC. perdida na memória de muito espaçadas notícias. PF. desapareceu do mapa, enriqueceu como calculado, aparece pelas redes sociais, se procurado, e é escultor "de santos". 


A restante "família" dissolve-se em afectos recalcados e mistérios nebulosos. Nem vale a pena nomeá-los.

Rasgos, riscos de frases. Algumas das cartas têm papel timbrado dos hotéis, de Londres. Pedras sobre assuntos?