Ainda e sempre, na condição (minha) humana, na dor, no desapontamento, na incógnita.
No que dos outros de (más) ideias ou sentimentos me sinto apunhalada ou simplesmente picada.
Em relação ao bom ar de que pretendo rodear-me: arte, natureza, partilha das coisas, estética, bondade, ternura, gentileza. Isso que me é intrínseco e, parece-me pela realidade, não consigo transmitir.
Ian McEwan no livro “Sábado”
“Houve em tempos em que se pensava comodamente que, para
nosso benefício, estávamos rodeados de autómatos comestíveis em
terra e no mar. Afinal, sabe-se agora que até os peixes sentem a
dor. É esta complicação cada vez maior da condição moderna, o
círculo em expansão da compaixão moral. Não somos apenas irmãos
e irmãs de povos distantes, mas também das raposas e dos ratos de
laboratório, e agora até dos peixes. Perowne (Henry) continua a
pescá-los e a comê-los e, embora não fosse capaz de meter uma
lagosta viva em água a ferver, não tem qualquer problema em pedir
uma no restaurante. Como sempre, o segredo, a chave do sucesso e do
domínio humano é ser selectivo nas compaixões. Por muitas coisas
muito esclarecidas que se digam, é o que está mais à mão, o
visível, que exerce a força que tudo domina. E aquilo que não se
vê... É por isso que na amável Marylebone o mundo parece tão
profundamente em paz.”
***
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1 comment:
Afinal não é fácil cindir os "humanos" dos "outros".
Abraço
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