Friday, February 25, 2011

A de Amiga


Não me importo assim muitíssimo de morrer
mas queria morrer sedada
com a droga como seda a afundar o barco das lembranças
não quero angustiar-me nos minutos da passagem
com os rostos; e lembrada
das malfeitorias que nos fizeram
- que fazem e vão fazendo.

Nem é precisamente das palavras que me queixo, L., basta o silêncio de nos ignorarem.
A rapsódia cordial.
Nesse riso alentejano, nesse azul algarvio onde nos entendemos como irmãs de sangue e segredo,
ficaremos as duas.
Porque a gente, L., vive bem tão bem quanto o imagina a memória dos que amamos.
E a ti, a mim, muitos amaram mal.
Amaram-se a si mesmo: não a nós, L.

1 comment:

M. said...

Meu Deus, como me custa ler-te assim.