Sempre o via no quarto do filho. Tem uma história, lembrança, como tantas coisas e objectos cá de casa.
Antes do Natal de 79 ou ainda em 78? Queria comprar um "urso com ar feliz". Todos os que vi tinham um ar feroz e eu queria-o feliz. Dei voltas pelos bazares conhecidos, assim se chamavam as lojas de brinquedos (não havia centros comerciais ou supermercados de prateleiras imensas). Um dos colegas-amigos levou-me um fim de tarde, de carro, ao Bazar Paris, em Sá da Bandeira. E vi-o. Amarelo, alegre, quase do tamanho de um bebé, tipo "deita-te aqui comigo".
(agora os animais são enormes!)
Há-de haver uma fotografia qualquer algures onde estejam esse e outros brinquedos, muitos livros, uma baleia florida, um xilofone, um piano, animais em miniatura, um cavalinho de balançar... Algumas coisas guardei - serão inúteis.
Lavei-o bem há 5 anos, convencida que seria apreciado também passados 4 décadas. Solitário ficou anos, como enfeite e lembrança de que (eu) não queria separar-me. Hoje vi a imagem dele e do neto de uma pessoa conhecida, num telemóvel: dei-o a um outro menino (agora os nomes dos meninos são diferentes, este tem um nome "do Brasil").
Pedi à avó-outra para me fotografar a manta e o "ursinho" para recordar: há tantos anos que aqui ficaram, no canto do meu estimado filho! Porque há coisas intemporais.
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