Saturday, March 12, 2022

Do outro lado do Tejo

Estes enredos, daqui para ali. Só mesmo a memória, cultivá-la, à saudade com raízes antigas, me prendem a certos lugares, a certas pessoas. Vejo-as hoje como há décadas. Andava, portanto, eu a "soltar" outras coisas, quando me aparece a casa, as cores que me são tão conhecidas. As jarras da avó, os pratos antigos, os esmaltes, as caixas, os tecidos, os livros, as fotografias de outras épocas. Os móveis comprados com risos e restauros "ad hoc". 

(foste como um arco-íris na minha juventude)


A personalidade da minha amiga especial, os dedos esguios que tão bem conheço, as pontas levantadas numa elegância natural nela. Como o carácter, fechado, de riso aberto ou ironia contundente. Ontem vi um filme interessante, sobre três mulheres, amigas de décadas, que se juntam. Lembrei-me, de novo, do que haveria a dizer entre nós, dos amores e desamores, dos percursos no tempo que nos separou.

Coisas dessas, boas para falar e pensar num dia de tanta chuva.


1 comment:

M. said...

Realmente a tua memória é um poço sem fundo.