Assim foi na Visão, um artigo sobre Tolentino de Mendonça, agora cardeal. Figura que já conhecia e apreciava, do esforço de humanização e proximidade da religião. Dá-lhe um sentido.
Li aí palavras "que vieram ter comigo" nesta fase de pensar em menina pequena. Aqui as aponto.
"O mistério está todo na infância
é preciso que o homem siga
o que há de mais luminoso
à maneira da criança futura."
"Sentar-se no colo de uma avó e ouvir uma história é ganhar para a vida um amor pelas histórias e pelos livros."
Neste Percurso de Ternura onde vais?
minha bela borboleta
minha flor a desabrochar em água de mundo
***
Entre muros e distâncias, és para mim o azul.
Talvez possas pensar, num dia, ao longe:
"É muito bela esta mulher desconhecida
que me olha longamente
e repetidas vezes se interessa
pelo meu nome."
***
Eu recortava papéis de jornal, pintava e desenhava, fazia colagens de bailarinas e flores, há muitas décadas, para uma mulher que também assim se chamava, de mau feitio diziam, mas que gostava muito de mim. Eram os quadros e os enfeites que tinha na sua pobreza, para colocar nas prateleiras dos pratos e tigelas, ou em cima da cómoda.
(fotografias recolhidas na exposição no Museu Etnográfico de Campo do Gerês)
Na cidade, também os armários e a louça semelhantes. Lavar na pia comum.
Tantos "nunca(s)" calados.
1 comment:
Acho muito bonito este teu post mas não sei se funcionará assim com toda a gente, dependerá da empatia que existir entre a criança e o adulto, e da própria criança ser mais ou menos sensível. Não sei, não sei mesmo. Mas quem dera todos nós pudéssemos deixar uma marca bonita no coração de quem nos sobrevive. Quem dera, quem dera. Tantas marcas se perdem na agitação da vida que nos rodeia e nos entranha. A desatenção ataca subrepticiamente e segue outros caminhos.
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