os pinhais e as veredas, as pedras que surgiam do nada, no meio da natureza, com musgos e líquenes verde claro,
o vento, o sal, as algas com que fazia tranças, duma praia a outra, sempre a olhar o mar, as cantigas "Tous les garçons et les filles", e tantas que ainda hoje as sei de cor,
as camas de areia entre as dunas, umas flores amarelas com folhas como verniz,
os olhos rasos,
as palavras e o amor, a amizade e o sonho,
a ilusão e o realismo: que flutuavam apenas entre o rosa e o negro, a fuga e a presença, o escondido e o descoberto.
Onde está toda esta gente?
Os seixos do jardim: que os conheço de os ter carregado. Porque o pai tinha sempre uma missão, um objectivo de trabalho e não-distracção. "O que fizeste hoje, para o corpo e para o espírito?", a pergunta do fim do dia, desde que me lembro, teria eu 6 ou 7 anos?
Mil adolescências, momentos, mitos estilhaçados. Poesia nos pinhais.
Vento outra vez.
3 comments:
Quando eu era pequena e passeava na rua com a minha Tia Chanel, tinha muitas vezes o hábito de olhar para trás quando alguma coisa ou alguma pessoa me despertava curiosidade. Dizia ela então: - Não olhes nunca para trás porque vês o diabo.
Como deves imaginar, ficava assustada mas também nunca lhe perguntei por que razão me dizia aquilo. Se calhar nem ela sabia.
Talvez tivesse receio que eu partisse a cabeça, sei lá. É que a curiosidade às vezes provoca acidentes de percurso.
Vá-se lá perceber... eu olhava de repente para surpreender o "anjo da guarda" que me contavam.
B
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