Passam os meses sobre - e em cima, e forçando-as a submergir -
as meninas, há tão pouco tempo apenas nascidas,
e as mulheres que o foram,
ainda um riso, um tanto tonto e infantil apesar da idade,
quando a transparência deles, dos anos, nos permite ver e mostrar o que fomos e o que somos. Sofremos. Passamos.
E se, porventura e tão raro, temos momento de divertimento, uma fugaz temperatura morna, diversa da vida gelada e surda que nos empurra,
logo se nos vem a água, a mágoa,
o presente, de mão fechada e perna dormente.
Nas estações de comboios basta uma mudança de agulha, um trocar de trilhos, para que se afastem ou embatam, as carruagens da vida. Tal as pessoas.
Isto porque vi ontem o filme sobre a vida de Paula Rego. Que muitos dos seus quadros me desgostaram - não gostei deles - e ontem compreendi os caminhos das torturas. De ser fora e ser dentro (por).
Nomes que algures - Londres, famílias - se cruzaram e diferenças que nos levaram. Diversamente.
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1 comment:
"...ainda um riso, um tanto tonto e infantil apesar da idade, quando a transparência deles, dos anos, nos permite ver e mostrar o que fomos e o que somos. Sofremos. Passamos.
E se, porventura e tão raro, temos momento de divertimento, uma fugaz temperatura morna, diversa da vida gelada e surda que nos empurra,
logo se nos vem a água, a mágoa,
o presente, de mão fechada e perna dormente."
Isso mesmo, amiga. Bonito o que pensas e o que dizes. Um consolo: o sofrimento humaniza-nos. A alguns. A outros invade-os o ódio ou a raiva.
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