Não caberiam numa vida, para os destacar.
Fui (e fomos, porque há muitas e diversas companhias neles) feliz em muitas das terras, cidades, que visitei. Em acasos, monumentos e ruas. Em aldeias, montes e pedras. Em mares ou até, simplesmente, no ar.
A primeira vez que se foi a Lisboa, Outubro 1968, uma chuva imensa na recta de Rio Maior.
A primeira vez que andei de avião.
Era o pôr do sol, as cores tão nossas mergulhadas no mar a que voltei as costas, no autocarro que corria a pista para me levar, sozinha. Chorei todo o tempo, cheia de medo, do que ia fazer, alguma pena do que deixava, interrogações sobre a vida que me esperava. Inquieta.
Vejo-me. Sinto-me. Torno a ver-me em cima, no avião, a olhar o céu, espantosamente luminoso, de um rosa avermelhado, um faded lilás, de cidade grande. Só mais tarde percebi que era isso, o reflexo das luzes da enorme cidade. Hoje sou capaz de ver, num dos meus mapas mentais, o percurso com a "minha patroa", do aeroporto até Hampstead Heath. Encolhida, tantas as ruas, tão diversas paisagens que os meus olhos aflitos registavam.
Desses anos, tenho muitas fotografias de pessoas, poucas do que via: a importância das pessoas na minha vida. Podia nomeá-las pelos nomes.
Agora, estão nos basements da memória
As minhas recordações mudas e, contudo, vibrantes
Os meus alfabetos interiores de que apenas eu sei ler o sentido
Águas passadas
So long...
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1 comment:
Tão bonito e tão doloroso! É o que sei dizer.
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