e quantas vezes olhei o mar?
Muitas, depois dos 11 anos, quando vivíamos a passos da praia
e nos invadiam aos fins de semana, regurgitavam
- as famílias que se esqueceram de nós -
e o tal marido ia à pesca, sempre atento às marés,
e a avó trabalhava tanto
e eu,
o campo que tínhamos de cuidar. Madrugadas e noites.
E as tuas mãos longas-brancas - dizia a Sarinha "mãos de prata" e era para mim o mais belo, este dizer - no escondido de ti, na intimidade de ti, no que nunca compreendi de ti, desse atamento.
serão outras, que vem a areia, que vem o vento, que vem a água
que o tempo (se) passa
e ninguém saberá
das minhas mãos diferentes-morenas e
atamentos.
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