Wednesday, November 12, 2014

Não havendo sinal para "infinito"



aqui nas teclas, não sabendo desenhar estas minhas interrogações, muitas de noite: em pesadelos,

pergunto-me, sempre e ainda

- quem levará as pedras com os escritos do tempo e dos lugares,
as todas que fui trazendo há tantos anos de tantos sítios diferentes com marcas e símbolos da terra da alegria de viajar e ver

- quem irá rasgar as cartas adolescentes dos amores e amizades os bilhetres de cinema avião os apontamentos poemas diários postais agendas

- quem verá as fotografias de papel desde que a bruma enchia as fotos a preto e branco as que não sei quem era o fotógrafo
até às todas presentes na memória em que do lado de lá está um olhar amigo amante compassivo alvoroçado feliz

- quem saberá donde vieram as caixas e caixinhas quando chegaram os livros as músicas imensas que tenho na cabeça e já não ouço

- que vento frio cortante dorido e final feito deserto sem caminho de retorno
me levará?


1 comment:

M. said...

Pois, é verdade que certas perguntas amarguram...