Wednesday, November 12, 2014

Não havendo sinal para "infinito"



aqui nas teclas, não sabendo desenhar estas minhas interrogações, muitas de noite: em pesadelos,

pergunto-me, sempre e ainda

- quem levará as pedras com os escritos do tempo e dos lugares,
as todas que fui trazendo há tantos anos de tantos sítios diferentes com marcas e símbolos da terra da alegria de viajar e ver

- quem irá rasgar as cartas adolescentes dos amores e amizades os bilhetres de cinema avião os apontamentos poemas diários postais agendas

- quem verá as fotografias de papel desde que a bruma enchia as fotos a preto e branco as que não sei quem era o fotógrafo
até às todas presentes na memória em que do lado de lá está um olhar amigo amante compassivo alvoroçado feliz

- quem saberá donde vieram as caixas e caixinhas quando chegaram os livros as músicas imensas que tenho na cabeça e já não ouço

- que vento frio cortante dorido e final feito deserto sem caminho de retorno
me levará?


Tuesday, November 4, 2014

Do futuro?




Neste momento recordo:
- a solidão do ser
- a ternura que pode haver
... (se a bondade dos gestos for sincera)

Monday, November 3, 2014

"À espera de Godot"

Vulgarizou-se o termo da peça de Samuel Beckett, esperar o que "se espera" e demora, e nem se sabe se acontece.
Para mim, ainda antes de conhecer Beckett na minha adolescência, preferia agir a esperar. O tempo que se balança indefinido é-me mais penoso que o "acontecimento".
Ah... e geralmente não gosto de surpresas!
Mas o imponderável das ligações aos vários outros foram-me formatando os pés das decisões.
Já os tenho defeituosos e já me sinto manca nos dias.



Então recordo os contos da Carochinha da infância, esses pormenores que me ficaram na memória e que, tantas vezes, representam a realidade. Claro que pequenita era eu demais para saber "da realidade" e as suas faces perversas.
E por isso lembro mais agora a "Branca de Neve" e as suas perguntas ao espelho, a "Gata Borralheira" e o sapato de cristal, o "Príncipe com Orelhas de Burro" afinal inteligente.
Tal como o conto, de que não lembro o nome, em que a "fada má" fazia com que "a princesa, o palácio" ficassem adormecidos durante 100 anos. Todas as pessoas, os bichos... todas as coisas em estátua.

Sinto que nem 10 posso esperar!