Sunday, January 20, 2013

Eugénio de Andrade

O poeta das luzes: as fortes, as coadas pela mágoa.
Breves carícias, soltos sentimentos, crianças meditando a infância, adultos pensando nas (suas) perdas.

Porque 90 anos de nascimento do poeta, vida se não fora a morte:

"Casa na Chuva

A chuva, outra vez a chuva sobre as oliveiras.
Não sei porque voltou esta tarde,
se minha mãe já se foi embora,
já não vem à varanda para a ver cair,
já não levanta os olhos da costura
para perguntar: ouves?
Oiço, mãe, é outra vez a chuva,





a chuva sobre o teu rosto."

Do livro Antologia Breve de E.A., Circulo de Poesia, edição Moraes Editores /1980.

1 comment:

M. said...

Belíssimo este poema e as imagens que a ele juntaste.