Wednesday, November 10, 2010

Ninho





Recolho-me
encolhida no meu lugar de ansiedade
esperando que as teias
as redes
os emaranhados outros que me prendem o largar
se desfaçam por si ou pelo vento

e me deixem assomar as humildes as encobertas
rentes ao chão as flores
e me deixem viver do pólen de viver, dia a dia como os bichos pequenos
simplesmente

3 comments:

Justine said...

Tão difícil, amiga, tão difícil viver simplesmente...
Beijo

Maria Trindade Goes said...

O que me apetecia ser, agora, uma rolinha diamante.
Paz e sossego, talvez a arrumar o sotão, mas sem peso de nostalgias.
Só arrumar com um sorriso aqui, outro ali.

Mas ando aqui afogueada, estafada,sem tempo, enredada numa teia em que não acredito.

Nunca acreditei em teias exactamente porque o caminho melhor, talvez o mais justo, seja o fluir da simplicidade.

A grandeza imensa de respirar fundo, com quem, simplesmente, acaba de nascer. Ou renascer. Como quem choca sonhos.

Bjs

Maria Trindade Goes said...

...e lá vou, que já me chamam, ser ter tempo sequer para ir cumprimentar um pato ou imaginar que vidas andaram pelas casas encostadas às árvores:)