Monday, April 7, 2025

Um mês qualquer

Olhando o post anterior, não acredito que tenham passado 8 meses! Julgo que me enganei, tento rememorar alguns acontecimentos dos meses: as primeiras chuvas, as preocupação do Natal, as doenças e assuntos médicos, os dias de sair, muito menos que os outros, as novidades dos conhecidos ou amigos, as inconcebíveis estranhezas destes desgovernos, por cá e pelo mundo adiante. Caras que fui vendo de relance e logo fugindo, lendo, mas sem as encarar como indivíduos. 

Muitas vezes estou simplesmente acabrunhada pelas notícias, pelas distâncias de tanta gente, de tantos nomes. Tantos os tempos caleidoscópicos. Nem é que sejam as mortes que as há nos nossos caminhos. Mas é como uma falha no chão que vamos pisando, um desfiladeiro a que não conseguimos ver o fundo.

Estivemos juntas tão poucas vezes nas últimas décadas e, andando pelas fotografias nossas, reparo que raramente sorrias.

Contudo, este lugar aqui era como o meu lugar. Eu também ali vivia, com as manias e os gostos, com um passado comum. A preto e branco. 

Das últimas coisas que me disseste há anos: "É como começar a entender que a vida vai continuar com outras vidas." E quando uma das três graças nos faltou: "... porque me senti muito triste, tudo ficou definitivamente perdido e irrecuperável, parecíamos tão invencíveis...".

Sem acerto.