Ou não-presença.
As letras das canções muiiito antigas prendem-se-me ou enredam-se-me no pensamento. A propósito de nada. Como por exemplo, "Aquela janela virada p'ró mar", voltam quase as letras completas, é incrível, nem sabia que as tinha fixado. Porque até nem gostava dessas letras, desses fados ou canções. Andei décadas sem me lembrar delas.
Tenho ciúmes das pedras que tu pisas
Do ar que tu respiras
E até das próprias brisas
Tenho ciúmes do sol, da lua cheia
De tudo o que te toca
Da luz que te rodeia
Dos próprios sonhos que tu idealizas
Tenho ciúmes
Das pedras que tu pisas
Não parece fácil, transformar o ciúme na falta que sinto: vontade-de-presença. Mas é o que sinto apenas por não estar.
Tudo o que diz, tudo o que faz, tudo o que olha. E eu não estou.