


Tremo por dentro como se uma grande cólera ou um grande sofrer.
O vidro gelado arrefece o sangue na minha fronte esquerda. Tenho de o fazer, encostar a pele e os ossos à barreira que me separa do lá fora.
Para abrandar as dores do presente, tantas as passadas e adivinhadas as futuras.
Sangue-suor que palpitava tão doce e fluído com a alegria das cores dum lugar mais novo.
Sangue-sofrido que gotejou no limite da dor.
Sangue-sinal que surgia sempre como um augúrio de fantasmas ou um choro interior.
Sangue-raíz.
Cão feroz interior aguardando o momento de saltar.